Excursao em busca da Laelia perrinii Por
Alexandre Medeiros
Amigos, Nesta quinta, estivemos em uma excursão
para encontrar e localizar (GPS) as Laelia perrinii, o primeiro lugar que
escolhi, foi o Rio Bonito (nome fictício é claro!). No começo, achei um
exagero as mochilas pesadíssimas para isso (cordas, bouldrier, etc.), mas tudo
bem, rss!!!! Pois bem, iniciamos um
pouco tarde, lá pelas "bandas" das 9 horas da manhã (pois uma ligação
me atrasou muito e não poderia deixar de atender!). Águas geladíssimas e
pedras extremamentes escorregadias, além de ter que se equilibrar encima de
troncos e pular fendas rochosas, pois a mata é fechadíssima e de difícil
acesso, a marcha foi lenta. Isso sem contar que ainda estou fazendo fisioterapia
para recuperar meu ombro póst-cirurgia, sobrepeso de 10 kg devido a ociosidade
"forçada", mas não desisto diante de um desafio de forma alguma!
(ainda não, Rssss!!!!) Depois de algumas horas caminhando por
dentro do rio, acabamos observando as minhas amadas Cattleya bicolor, de todos
tamanhos, desde nenéns (Plântulas = seedlings) até exemplares adultos, sobre
rochas com musgo e árvores. Isso só confirma que Resende é a cidade
das Cattleya bicolor, e o Núcleo Orquidófilo da cidade, me escolhe como símbolo
a Sophronitis coccinea que em Resende só existe na Pedra Selada (divisa com
MG.) em pouquíssimas quantidades! (FALA SÉRIO!). Uma plântula de Cattleya bicolor,
possivelmente contaminado por Antracnose (fungo). Existem bons tênis para se andar no
mato, os de trekking, com solado muito bom, mas eles não VALEM NADA DENTRO DA
ÁGUA!, pois se molhar a sola, é pior que sabão!, o ideal seria aquelas
sapatilhas de borracha utilizadas para limpar piscina. Eu não sei o que é
pior, um tombo dentro do rio ou fora..., aliás, acho que dentro do rio é muito
pior, pois o pé prende nas rochas e a torção é bem
dolorida, isso sem falar a queda na água gelada, molhando os equipamentos
(dobrando o peso) e danificando tudo que é eletrônico. Num trecho do rio, só reinavam Cattleya
bicolor (e sempre do lado esquerdo de quem sobe), depois começaram a aparecer
as terrestres (Cyclopogon sp.) nas margens e rochas. Mais a frente, começam a aparecer
touceiras formidáveis de Epidendrum densiflorum!!! Existem momentos em que é difícil
fotografar, depois de horas caminhando os braços tremem e o raciocínio fica
prejudicado devido a ansiedade e o cansaço, como no caso do Epidendrum não
acertei a iluminação de forma alguma!. A marcação ao longo do caminho é
importante se vai caminhar muito, pode ser feita com pedras ou galhos caídos. E finalmente chegamos ao habitat da
Laelia perrinii, só este exemplar tinha mais de 150 pseudobulbos, estava caído
numa forquilha da árvore e as folhas já começavam a crescer no sentido contrário
que caíram buscando o Sol. Na volta, tive que pegar a mochila de um
amigo, pois estava machucado, e deu trabalho Hein... . "A
natureza criou o tapete sem fim que recobre a superfície da terra. Dentro da
pelagem desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente. Nenhum o estraga,
nenhum o rói, exceto o homem." |